sexta-feira, agosto 30

ALMOÇO ITALIANO DO QUILOMBINHO


A família Quilombinho (Centro Cultural Afro-brasileira - Sorocaba - SP) realiza no dia 22 de setembro de 2013 o evento "Almoço italiano na costelaria Berlin" . 

Mais informações: 

quinta-feira, agosto 29

PRESSENTIMENTO



Vem meu amor/ Vou deixar a casa aberta/ já escuto os teus passos/ procurando meu abrigo/ vem, que o sol raiou/ os jardins estão florindo/ tudo faz pressentimento/ que este é o tempo ansiado/ de se ter felicidade. 
( Elton Medeiros).

UM RIO CHAMADO TEMPO, UMA CASA CHAMADA TERRA




Mia Couto - Pseudônimo do escritor moçambicano António Emílio Leite Couto. Sua oração de sapiência na abertura do ano letivo no ISCTEM é bárbaro: 

OS SETE SAPATOS SUJOS 

Começo pela confissão de um sentimento conflituoso: é um prazer e uma honra ter recebido este convite e estar aqui convosco. Mas, ao mesmo tempo, não sei lidar com este nome pomposo: “oração de sapiência”. De propósito, escolhi um tema sobre o qual tenho apenas algumas, mal contidas, ignorâncias. Todos os dias somos confrontados com o apelo exaltante de combater a pobreza. E todos nós, de modo generoso e patriótico, queremos participar nessa batalha. Existem, no entanto, várias formas de pobreza. E há, entre todas, uma que escapa às estatísticas e aos indicadores numéricos: é a penúria da nossa reflexão sobre nós mesmos. Falo da dificuldade de nós pensarmos como sujeitos históricos, como lugar de partida e como destino de um sonho. 
Falarei aqui na minha qualidade de escritor tendo escolhido um terreno que é a nossa interioridade, um território em que somos todos amadores. Neste domínio ninguém tem licenciatura, nem pode ter a ousadia de proferir orações de “sapiência”. O único segredo, a única sabedoria é sermos verdadeiros, não termos medo de partilhar publicamente as nossas fragilidades. É isso que venho fazer, partilhar convosco algumas das minhas dúvidas, das minhas solitárias cogitações. 
Começo por um fait-divers. Há agora um anúncio nas nossas estações de rádio em que alguém pergunta à vizinha: diga-me minha senhora, o que é que se passa em sua casa, o seu filho é chefe de turma, as suas filhas casaram muito bem, o seu marido foi nomeado diretor, diga-me, querida vizinha, qual é o segredo? E a senhora responde: é que lá em casa nós comemos arroz marca…(não digo a marca porque não me pagaram este momento publicitário). 
Seria bom que assim que fosse, que a nossa vida mudasse só por consumirmos um produto alimentar. Já estou a ver o nosso Magnifico Reitor a distribuir o mágico arroz e a abrirem-se no ISCTEM as portas para o sucesso e para a felicidade. Mas ser- se feliz é, infelizmente, muito mais trabalhoso. 
No dia em que eu fiz 11 anos de idade, a 5 de Julho de 1966, o Presidente Kenneth Kaunda veio aos microfones da Rádio de Lusaka para anunciar que um dos grandes pilares da felicidade do seu povo tinha sido construído. Não falava de nenhuma marca de arroz. Ele agradecia ao povo da Zâmbia pelo seu envolvimento na criação da primeira universidade no país. Uns meses antes, Kaunda tinha lançado um apelo para que cada zambiano contribuísse para construir a Universidade. A resposta foi comovente: dezenas de milhares de pessoas corresponderam ao apelo. Camponeses deram milho, pescadores ofertaram pescado, funcionários deram dinheiro. Um país de gente analfabeta juntou-se para criar aquilo que imaginavam ser uma página nova na sua história. A mensagem dos camponeses na inauguração da Universidade dizia: nós demos porque acreditamos que, fazendo isto, os nossos netos deixarão de passar fome. 
Quarenta anos depois, os netos dos camponeses zambianos continuam sofrendo de fome. Na realidade, os zambianos vivem hoje pior do que viviam naquela altura. Na década de 60, a Zâmbia beneficiava de um Produto Nacional Bruto comparável aos de Singapura e da Malásia. Hoje, nem de perto nem de longe, se pode comparar o nosso vizinho com aqueles dois países da Ásia. 
Algumas nações africanas podem justificar a permanência da miséria porque sofreram guerras. Mas a Zâmbia nunca teve guerra. Alguns países podem argumentar que não possuem recursos. Todavia, a Zâmbia é uma nação com poderosos recursos minerais. De quem é a culpa deste frustrar de expectativas? Quem falhou? Foi a Universidade? Foi a sociedade? Foi o mundo inteiro que falhou? E porque razão Singapura e Malásia progrediram e a Zâmbia regrediu? 
Falei da Zâmbia como um país africano ao acaso. Infelizmente, não faltariam outros exemplos. O nosso continente está repleto de casos idênticos, de marchas falhadas, esperanças frustradas. Generalizou-se entre nós a descrença na possibilidade de mudarmos os destinos do nosso continente. Vale a pena perguntarmo-nos: o que está acontecer? O que é preciso mudar dentro e fora de África? 
Estas perguntas são sérias. Não podemos iludir as respostas, nem continuar a atirar poeira para ocultar responsabilidades. Não podemos aceitar que elas sejam apenas preocupação dos governos. 
Felizmente, estamos vivendo em Moçambique uma situação particular, com diferenças bem sensíveis. Temos que reconhecer e ter orgulho que o nosso percurso foi bem distinto. Acabamos recentemente de presenciar uma dessas diferenças. Desde 1957, apenas seis entre 153 chefes de estado africanos renunciaram voluntariamente ao poder. Joaquim Chissano é o sétimo desses presidentes. Parece um detalhe mas é bem indicativo que o processo moçambicano se guiou por outras lógicas bem diversas. 
Contudo, as conquistas da liberdade e da democracia que hoje usufruímos só serão definitivas quando se converterem em cultura de cada um de nós. E esse é ainda um caminho de gerações. Entretanto, pesam sobre Moçambique ameaças que são comuns a todo o continente. A fome, a miséria, as doenças, tudo isso nós partilhamos com o resto de África. Os números são aterradores: 90 milhões de africanos morrerão com SIDA nos próximos 20 anos. Para esse trágico número, Moçambique terá contribuído com cerca de 3 milhões de mortos. A maior parte destes condenados são jovens e representam exatamente a alavanca com que poderíamos remover o peso da miséria. Quer dizer, África não está só perdendo o seu próprio presente: está perdendo o chão onde nasceria um outro amanhã. 
Ter futuro custa muito dinheiro. Mas é muito mais caro só ter passado. Antes da Independência, para os camponeses zambianos não havia futuro. Hoje o único tempo que para eles existe é o futuro dos outros.
Continua em:



AGRADECER E ABRAÇAR




SEJAM TODOS BEM VINDOS, IRMÃOS!

SEPED III - UNISO / UFSCAR





Ocorreu nos dias 26, 27 e 28 deste mês, o terceiro SEPED (Seminário de Pesquisa em Educação) realizado pelo Programa de Pós- graduação da Universidade de Sorocaba e a Universidade Federal de São Carlos - Campus Sorocaba. Mais informações: http://sepedunisoufscar.blogspot.com.br 

domingo, agosto 25

NOBUYOSHI ASAI






CINDERELAS, LOBOS E UM PRÍNCIPE ENCANTADO


Um documentário de Joel Zito Araújo... Difícil, doloroso de assistir, mas necessário... Daqueles documentários onde a realidade supera em muito a ficção. 
Mas é preciso que doa, que todos nós saibamos o que acontece com nossas crianças... Só assim exigiremos uma política pública que efetivamente erradique o turismo sexual no Brasil e sobretudo nos faça acordar do sono profundo, letárgico, que nos impede de enxergar que não podemos ser nada como nação se não pudermos sequer proteger nossas próprias crianças. Nada, absolutamente nada, menos que nada seremos... Que não se tenha ilusões quanto a isso.

sábado, agosto 24

O LIVRO QUE NÃO LI...



Assisti há uns anos atrás uma entrevista no Globo News Literatura, com Antônio Olinto, que acredito estava lançando a trilogia "Alma da África", explicava seu processo criativo de escrita e discorria sobre a história dos ex- escravos brasileiros que voltavam a África  após a abolição, isto me chamou muito a atenção, pois tinha acabado de ir ao Museu Afro Brasileiro (SP - Parque Ibirapuera) e estava respirando tudo aquilo ainda, mas sobretudo não saía da minha cabeça o segundo piso onde encontrei exposta muitas cartas de ex-escravos brasileiros que tinham voltado a sua nação de origem. A carta que mais me comoveu era de uma neta (não lembro a nacionalidade) que relatava que a avó jamais mencionava o que tinha se passado no Brasil, anos e anos se passaram e a família sabia que o passado não poderia ser tocado, que a vida dela existia apenas depois da escravidão. Uma noite, com a família reunida ela começou a contar sem que ninguém perguntasse, e todos choraram por saber o horror pelo que fizeram a ela, no entanto a neta escreve que ela (a avó) disse pensar no Brasil  não com ódio, ma sim guardava saudade do seu povo que aqui ficou. Li e chorei muito com esta carta. Acho que por isso "A casa da Água " me comoveu sem eu sequer ter lido ainda. Parece ser a saga de uma ex-escrava que chega a África depois de toda a brutalidade vivida no Brasil e reconstrói a sua vida através de uma fonte d'água que tem no seu quintal, logo entende que a única forma de sobreviver é vender sua água as pessoas do seu pequeno povoado, mas parece ser sobretudo a história do matriarcado. Assim que puder me darei este presente, o livro que não li e por tanto tempo levo junto a mim. ...

terça-feira, agosto 20

THE DARK END OF THE STREET

FAUSTO - LEXANDER SOKUROV



Há muitos anos atrás li pela primeira vez Fausto (Goethe), lembro-me de ter ficado aturdida pela história, pela atmosfera e pela força do diálogo. Passado alguns anos, novamente esta obra veio a mim, através de uma leitura dramática com Abujamra, Raul Cortez e Ester Góes, que assisti em uma madrugada na tv cultura. Esta leitura, depois fui descobrir em um espetáculo teatral com o próprio Abujamra se deu da forma mais inusitada, segundo o próprio, foi contratado para produzir uma peça teatral para estrear em uma entrega de um premio, apostou o dinheiro em jogos perdeu e não tinha mais como montar, pediu ajuda aos dois amigos (Raul e Ester) e como única saída (rápida e barata) fizeram uma leitura dramática de Fausto, a beleza da história : ganhou prêmios por esta montagem... Realmente foi magnífico ver os três!!!
E por fim, nesta semana assisti de Sokurov uma leitura do poema... belíssimo! Tenho  a sensação que sempre serei arrebatada por esta obra, de diferentes maneiras em diferentes tempos.
Encontrei a adaptação de Abujamra de uma fala de Mefistófoles (abaixo) , que é magnífica, mas aquela apresentação nunca mais encontrei!

sábado, agosto 17

THE BIRD



ACORDO FOTOGRÁFICO

Amo blog, talvez pelo formato que quase impele a ser despretensioso. Fato é que nesta semana encontrei um, o qual estou completamente apaixonada; Acordo Fotográfico! A ideia e simples e genial, uma portuguesa, Sandra Barão Nobre, fotografa pessoas na rua (bares, bibliotecas, praças, ônibus) que estão lendo, depois as aborda e pergunta sobre o livro que estas pessoas estão a ler. O lindo fica por conta do olhar desta guria e as vidas que ela acaba tocando por causa de um livro, que aliás quero ler toooodos! Vale a pena dar uma passada no blog, vai se apaixonar! Dê uma olhada em algumas fotos, belíssimas...

http://acordofotografico.blogspot.pt














domingo, agosto 11

LOUCOS POR LIVROS


ISMAËL LÔ



ESCRITA CIENTÍFICA


O curso (videoaulas/ minicursos/ apostilas) ministrado pelo Prof. Dr.Valtencir Zucolotto (IFSC - USP) tem como objetivo auxiliar pesquisadores e estudantes de pós-graduação na elaboração de artigos de maior relevância acadêmica. Muito bom, vale a pena! 

Site: http://www.escritacientifica.com

PROFESSOR NOTA 10


Carmem Machado, educadora, atriz, dançarina e uma das minhas melhores amigas ganhou o "Prêmio Victor Civita Educador Nota 10" (2013), o mais importante Prêmio de Educação da América Latina, com o projeto “Sentiver - inspiração, conteúdo e leveza”
Muito orgulho desta guria, e feliz por acompanhar a trajetória de estudos, trabalho, dedicação e sensibilidade durante estes oito anos que nos conhecemos. 
Costumo brincar que qualquer dia depois de conversar com ela, largo tudo e vou embora para o Chile trabalhar com criação de Ilhamas...rs... pois em algumas conversas que tivemos, mudei minha vida tão radicalmente e a isto agradeço eternamente, por suspender meu cotidiano e me fazer enxergar o sensível na concretude da vida.
Meu carinho eterno, a esta guria, que onde está é dia claro...

STAY



ARGUMENTO DO SONHO



Chuang Tzu, ao dormir, sonhou ser uma borboleta, mas ao acordar se perguntou: será que eu era antes Chuang Tzu sonhando ser uma borboleta ou sou agora uma borboleta adormecida, sonhando ser Chuang Tzu?