quarta-feira, janeiro 30

MANECO QUNDERÉ





A primeira vez, que parei e reparei efetivamente na luz, foi quando tinha cinco anos e minha irmã me esqueceu no porão de casa... Um dia conto, o quanto ela me esquecia e as quase tragédias que isto causava...rs...
Voltando; o porão era escuro, só havia uma pequena luz no teto, mas o interruptor era no alto. Neste porão grande, escuro e úmido ficavam os livros do meu pai e a máquina de costura da minha irmã (a esquecida...) e não sei como aconteceu, mas fiquei ali por horas sózinha, poderia ter gritado, me desesperado, mas as luzes que entravam pelos feixes da porta, iluminavam a entrada do porão e eu podia ver o desenho das linhas no chão e milhões de partículas de pó (mágico na época, em minha cabecinha avoada). O encantamento foi tanto, que acho que desde então todo meu olhar, primeiro é procurando a luz, depois as sombras...
Quando penso em ter uma casa, por mais que eu me esforce não consigo imaginar como gostaria que fosse a decoração, as disposições dos ambientes (coisa que já sonhei e já fiz), hoje nada além, de como eu gostaria que houvesse luz ... Bom, aí assisti um documentário deste iluminador, Quinderé e compreendi o quanto minha necessidade estética tem haver com luz e sombras...