domingo, outubro 14

ANGELUS NOVUS


Angelus Novus - Paul Klee
E como nada escapa ao desejo de consumir tudo e de contribuir para esta gigantesca transmutação de todas as coisas em moeda de troca, ele se pergunta se o sonho do homem, hoje não é simplesmente o de partilhar a existência de Mickey, de viver num Disneyword em que o conforto exterior serve de decoração lisonjeira para nossa indigência interior.
Benjamin deu um rosto angelical à sua filosofia da história, o de um quadro de Paul Klee: Angelus Novus, o anjo novo. Este anjo não dá aulas, não promete o paraíso. Tem olhos arregalados, a boca aberta e suas asas estão estendidas. Estará aguardando um sinal de esperança, o anúncio de uma redenção? Não se sabe, pois seu rosto está voltado para o passado. Contempla a história passada. Nós, simples espectadores, vemos uma série de acontecimentos, uma evolução para algo melhor. O anjo vê apenas catástrofes, ruínas que se acumulam a seus pés. Gostaria de levar socorro, mas uma tempestade vinda do paraíso incha-lhe as asas ; ele não consegue mais dobrá-las. "Esta tempestade, diz Benjamin, o transporta para o futuro, para o qual o anjo não cessa de voltar as costas enquanto os escombros, à sua frente , sobem ao céu. Damos o nome de progresso a esta tempestade".

O que é estética? Marc Jimenez.

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