terça-feira, julho 19

VALSA DE EURÍDICE




Tantas vezes já partiste
Que chego a desesperar
Chorei tanto, eu sou tão triste
Que já nem sei mais chorar

Oh, meu amado, não parta
Não parta de novo
Ha na partida uma dor que não tem fim

Não há nada que conforte
A falta dos olhos teus

Pensa que a saudade
mais do que a propria morte
Pode matar-me
Adeus

(Valsa de Eurídice-Vinícius de Moraes)


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De todas as histórias da mitologia grega, a de "Eurídice e Orfeu", sempre foi a que mais me encantou... Eles eram casados, e um dia Eurídice foi picada por uma cobra (há versões que teria sido picada por abelhas), e morreu... Foi levada pelo barquerio Caronte, pelo rio Estige, única entrada para o Mundo dos Mortos onde Hades governava o mundo inferior (em Roma, em fevereiro havia uma celebração a chamada Charistia, onde sacrificava-se touros e cabras negras a noite, em honra a esse deus mitológico).
Mas voltando... Orfeu, inconformado com a morte da amada, desce ao Mundo dos Mortos, tocando sua dor através da lira e assim, consegue passar por Cérbero (o cão que guardava a porta do submundo) e clama a Hades por sua esposa. Este a deixa partir, com a condição que Orfeu não olhasse para trás até sair do submundo, enquanto Eurídice o seguia... Partiram, quando eles estavam quase saindo do inferno (Hades - Inferno, devido a visão de Dante Alighieri, na obra A Divina Comédia), Orfeu olha para trás... Eurídice, transforma-se em espectro e é puxada para sempre pro Mundo dos Mortos... Orfeu desesperado, vagueia pelo mundo cantando suas tristezas e por fim é morto por mulheres selvagens!
Lembro que fiquei tão encantada com esta história de apego, luta e fatalidade, que ao ver meu pai trazendo um cachorrinho pra casa, quis batizá-lo de Cérbero, mas minhas irmãs contaram a ele de onde eu tinha tirado esse nome, enfim, sequer tive chance de explicar a história de amor, o cachorrinho não teria nome de cão que guardava o inferno, pronto e acabou...Minha irmã, deu o nome de KiKo...o amigo bochechudo do Chaves...rs...Pensando bem, foi melhor assim, ele tem cara de Kiko mesmo...
Mas tarde, bem mais tarde, escutei está canção de Vinícius, e novamente a imagem de Orfeu, no rio Estige tocando sua lira me inundou a alma...
Hoje escutei está canção, e me perguntei, mais por que raios, ele tinha que olhar para trás? rs...

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