sexta-feira, junho 10

AMAR EM TODOS OS SENTIDOS



Suplemento Ela faz parte da história de Dalva e Edmilson

Ela sempre respondia que, quando estivesse namorando, publicaria em jornal, com foto e tudo. Isso para que assim os amigos parassem de questioná-la quanto à relação que mantinha com o amigo Edmilson Ribeiro. Era só amizade. E não uma amizade qualquer, mas daquelas de cúmplices, de ele ligar para ela contando dos encantos e desencantos do relacionamento com outra pessoa, e a ponto até de ela tê-lo ajudado a escolher a roupa que usaria em seu noivado.
Amigos desde a adolescência, tanto Dalva de Almeida Lopes Ribeiro, 48, quanto Ribeiro cresceram próximos, com amigos em comum e uma sensação que ambos definem como "estranha". Isso porque tinham, um pelo outro, um sentimento fraternal. E foi essa sensação que os tornou cúmplices. E cada vez mais chegados.
Mesmo quando, por opções distintas, acabavam por se distanciar, o sentimento fraternal e de carinho era mantido. "Rolava confiança, de irmão, sempre estávamos juntos", conta Ribeiro, hoje, com 47 anos e professor universitário.
Para contextualizar é importante contar que a época era 1987, há 24 anos. "Fomos ficando próximos. Ou a gente namorava ou a gente namorava".
Mas assumir um namoro poderia acarretar mudanças. Sim, uma das maiores preocupações era o fato de serem sempre tão amigos, de já terem o carinho e a confiança das famílias.
Para Dalva, o temor era de que, caso não desse certo, como ficaria a amizade?. Nessa dúvida entre namorar ou não, e a cada dia ficando mais próximos, foi de Ribeiro a iniciativa do ultimato.
Discretamente, continuaram a rotina que já mantinham de estarem juntos, passear. "Saíamos no sábado, domingo, e íamos passear pela região de moto, tomar sorvete, nesse dia já era namoro, só não era oficializado", entrega ele.
Esse dia, a qual Ribeiro se refere, foi em junho de 1987, provavelmente um dia de semana, ele não tem certeza. O que sabe é que esse dia foi um divisor de águas tanto em sua vida quanto na de Dalva. Isso por culpa ou ajuda do caderno Ela, do jornal Cruzeiro do Sul.
Uma matéria sobre o Dia dos Namorados seria publicada pelo jornal e precisava de uma imagem para contextualizar. E ficou a cargo do fotógrafo Adival B. Pinto, capturar na cidade um casal de namorados.
Entre talvez tantas que trouxe, a imagem escolhida para ilustrar a matéria foi uma feita sorrateiramente, na Praça Frei Baraúna, onde o casal estava para conferir uma exposição de fotografia na chamada "Casa da Cultura".
Entre a paisagem cercada de verde, a cena do casal em provável conversa e de mãos dadas foi aquela que mereceu destaque, e foi publicada no dia 7 de junho, ilustrando a matéria sobre o Dia dos Namorados.
Eles até viram o fotógrafo no local, chegaram até comentar o perigo que seria para quem estivesse ali "pulando o muro", mas nem perceberam que haviam sido flagrados.
No fechamento da edição, um funcionário que era primo de Dalva foi quem deu a notícia, antecipando o que estaria nas bancas no outro dia.
Ele ligou e elogiou a foto, contando que estariam no jornal no outro dia. Sem entender muito o que estava acontecendo e surpresa com a notícia, na mesma hora Dalva ligou para Ribeiro que a orientou: "Então oficializa a notícia na sua casa".
Para Ribeiro, tratava-se apenas de uma formalidade e que tanto os pais quanto os amigos imaginavam o que estava acontecendo ou previam que uma hora ou outra isso aconteceria. Mesmo assim, procuraram adiantar a surpresa, e contaram aos familiares sobre o namoro. Nem pais e nem amigos esboçaram reação contrária ao namoro, que já se anunciava há longa data. "A família gostou, na época nos víamos bastante, havia uma certa torcida. O fato foi bastante comentado, mas foi positivo, teve boa aceitação e em 1990 casamos e hoje temos uma filha linda, de 18 anos", comemora Ribeiro.

Amor sólido
O jornal foi guardado como lembrança, e hoje ajuda a rememorar os ciclos da vida, conhecido também como passar do tempo. "Eu tinha o jornal impresso mas procurei no site do jornal, dentro do Projeto Memória, e fiquei olhando. Então me dei conta que hoje (na terça, dia da entrevista), faz 24 anos que isso ocorreu. Eu fiquei olhando a jaqueta que eu vestia, o tempo... Valeu a pena! Nesses 24 anos trouxemos muito dessa coisa de amizade. Ela me conhece pelo modo que abro a porta, se estou bem ou não, e conseguimos passar essa questão de amizade para nossa filha", relata.
Para ambos, a amizade, pelo menos na história deles, foi e é o grande alicerce. Tanto que, em meio a entrevista, Ribeiro se atenta: "Já poderíamos estar comemorando Bodas de Prata, pois nos conhecemos desde os 15 anos".
Dalva reforça a posição do marido. Quando questionada sobre os atuais relacionamentos, não se prende em comparações: "Cada um tem sua história, mas a nossa sempre foi focada em uma grande amizade".
Para ela, essa afirmação de eternos namorados não tem valia. Pela sua própria história, sentencia que é preciso viver cada fase da vida. E o casamento não é namoro, pelo contrario: "É melhor que namoro".
Sobre a tal modernidade e os relacionamentos, Ribeiro lembra que tem uma filha jovem, que trabalha diariamente com eles e respeita também a geração de "namoridos". Não é contrário ao modo de relacionamento, mas prioriza: "Acho que as coisas têm que acontecer com marcos. Não é o casamento, é o que antecede o casamento: a reforma da casa, a compra dos móveis, o relacionamento com a família, entre tantas outras coisas".
Ribeiro ainda traz para o embate a teoria "líquida" do sociólogo Zygmunt Bauman, sobre modernidade líquida, amor líquido...."Baumam liquidifica tudo, fala que o amor é líquido. Mas tem coisas que você não pode liquidificar, que são sólidas, como essa fotografia (do jornal). Então o amor não é líquido, é aquilo que não dá para não ser sólido. É essa lembrança", teoriza ele, vagando nas lembranças, uma das poucas coisas que o tempo não tira.


Artigo da jornalista Maíra Fernandes, Jornal Cruzeiro do Sul.
http://portal.cruzeirodosul.inf.br/acessarmateria.jsf?id=305187



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Quando se tem que ensaiar quadrilha, organizar desfile, treinar o time de basquete, resolver as coisas do grêmio (...cadê vocês???????), responder milhões de vezes perguntas sobre o interclasse de futsal,achar um cristo que solde o aro da cesta de basquete, arrecadar agasalhos para a campanha de inverno, dar conta da apostila, enxugar a quadra,ouvir todas as novidades das crianças, fazer curativo em guri que insiste em jogar descalço, buscar bola que caiu na rua... ufffa, não é a toa que eu tenha esquecido que neste final de semana comemora-se o "Dia dos namorados"... Nos, quinze minutos de intervalo, na sala dos professores, é que ouvindo a conversa caiu a ficha..."Pera aí, este ano não vou ganhar presente...". Bom, meus colegas, todos sarristas, tentaram me convencer que era melhor assim, com este salário de professor, o melhor era economizar mesmo...rs..;. Aldiny (professora de arte), sugeriu que eu "me desse um presente, que sairia no lucro"... Na hora, até que pareceu uma boa idéia, mas foi só o pessoal mudar de assunto e eu fiquei pensando..."ah, não.... é muito triste..." Anos, anos e anos comemorando o dia dos namorados e agora ninguém vai enfrentar uma muvuca pra comprar um presente pra mim, eu não vou fazer uma lista das coisas que poderiam fazer outra pessoa sorrir... Nooooossa... já estava quase implorando que o sinal batesse para eu voltar ao meu caos habitual, que entorpece e me impede de fazer qualquer tipo de conjectura...Mas aíííí´...Olhei o jornal, em cima da mesa, dando sopa, peguei-o ÊÊÊ, primeira página: Meu amigo Edmilsom e sua esposa Dalva e o título da matéria; Amar em todos os sentidos! Ameeeeeeei, a matéria (escrita, pela minha linda Maíra)!!!Bom daquele minuto em diante, eu contei a história deles, muitas, muitas vezes, e sei lá se não acabei inventando coisas, pois cada vez, que eu contava, eu floreava mais e mais...rs...minhas crianças amaram!!!!E a tristeza, não teve nem tempo de chegar...Mas enfim, acabei contando ( e lembrando) de um presente , que não vou mais esquecer, pois é muito bonitinha... Eu tinha um namorado, que me dava lindos presentes, mas vinha nas caixas, sem embrulho, e o Óóó, foi ele me perguntar se eu não preferia ganhar um vale presente assim eu escolheria o que eu quisesse...aiiii, meu Deus, só consegui dizer, que eu queria um presente, que ele escolhesse, sem ter que perguntar para uma vendedora que nunca me viu mais gorda, o que eu deveria ganhar... qualquer coisa, desde que venha com um laço!!!!!!! rs... Bom, ele levou a sério o que eu disse, apareceu com uma sacolinha do carrefour, bem pesada, com um laço imenso vermelho... achei meio exótico, mas tudo bem... abri e era um monte de jabuticaba...rs....O melhor foi ele falando "Olha Bia, espero que você goste, estou todo dolorido, eu fiquei a tarde toda em cima de uma jabuticabeira, e não foi nem tão difícil quanto fazer esse laço..."rs... Amei, o presente!
Desejo a todos, que amam e são amados, um feliz dia dos namorados, de todo o meu coração, quanto a mim, seguirei só pela estrada de tijolos amarelos, com la joie de vivre...

Um comentário:

  1. heyy, sou uma ruivinha, adorei seu texto sobre ruivas ! hahah um beijo =)

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