quarta-feira, junho 20

XI EPIC - 2012



No dia 13 deste mês, ocorreu o EPIC- 2012 (UNISO), apresentei um resumo, "Que tenhas o teu corpo", gostei do que escrevi, o poster ficou liiiiiiiindo, aliás quem fez foi o Júnior (Mocambo). Aí está, um pouco da turminha e da bagunça!





 
Segundo Edmilson, temos que tirar foto, frente a "Nave - Mãe"... rs...

Segue o resumo:

QUE TENHAS O TEU CORPO

 

Universidade de Sorocaba
Curso: Mestrado em Educação
Área de conhecimento: Cotidiano Escolar
Orientador: Dr. Luiz Fernando Gomes
Sorocaba-SP
e-mail: biacristt@gmail.com


O objetivo deste estudo consiste em compreender o corpo, suas significações e os diferentes sentidos sofridos pelo mesmo, no contexto sociocultural da história Ocidental, no período que corresponde ao século VIII a.C. até o período atual, denominado pós- moderno. Pretende, desse modo analisar através de revisão bibliográfica, o corpo através de três vetores; estético, filosófico e cientifico. Inicialmente ao explorar este tema é imprescindível ter em mente que a história da humanidade é a história do corpo e em sua gênese o questionamento dialético de Pankow (1988, pg.103) torna-se pertinente: “Pode o corpo ter limites sem que haja sentido nisso? O que é equivalente a dizer: é possível que a unidade do corpo exista sem transcendência?". Balogh (2006, pg.151), mostra que não, quando lembra que o corpo é dotado de fortes valores simbólicos, onde a religião, a ciência a arte e a mídia sempre se serviram e servem-se, agregando novos valores. Estas apropriações podem ser constatadas já no século VIII a.C com Hesíodo, em sua obra “Teogonia”, onde o corpo humano é referência para a construção do ideário dos corpos dos deuses, tanto quanto uma forma de explicar a existência humana e perpetrar uma ideologia religiosa (TORRANO, 2007 pg.30). Já em “Antigona” de Sófocles como lembra Assis (2009, pg.9) o corpo se faz objeto de discussão da ética e da moral. Mesmo Homero, utiliza-se do corpo através dos atributos de seus personagens heroicos associando-os ao segmento social dos bem nascidos”. (ASSIS, 2009 pg.11) No cristianismo, o corpo feminino virgem que gera é detentor também de uma ideologia religiosa (ECO, 2010 pg. 16-17 ). E, é neste cenário religioso que surge o conflito entre alma e corpo, cerne do pecado (MAMMÌ pg. 109), o que faz com que a religião renegue corpo em detrimento ao espírito.Dando continuidade, há de mencionar Alberti, Leonardo, Michelangelo e Donatello e as diferentes formas que representavam o corpo humano, no Renascimento (BRANDÃO, pg. 275). Mas foi no século XVIII (Revolução Industrial) que o corpo tem sua desapropriação, servindo ao desenvolvimento, a produção de lucro, transformando-se em corpo–máquina; corpos construídos para o trabalho. (UGARTE, 2004 pg. 3). Somente na década de 60 o corpo encontra menos restrições sociais, tendo os artistas uma posição de vanguarda (BANES, 1999, pg. 253) E por fim, século XXI, onde a biotecnologia engendra ciborgues, a mídia prima pela ‘docilização dos corpos’ e a propaganda pela gestão da vida, sob um fluxo sem fim de informação consumo e descarte. (UGARTE, 2004 pg. 7). Frente a está epopeia cabe lembrar Goergen (2005 pg. 993), quando afirma que “o homem busca por natureza a vantagem própria, ou seja, a satisfação de suas necessidades, instintos e desejos”, o que parece constituir um cenário sombrio frente à premissa de Wilhelm Dilthey (apud Goergen, 2005 pg.989) que afirma ser a própria história que institui e determina os valores, os ideais, a finalidade conforme se estabelecem os significados dos homens e dos acontecimentos. Eis o corpo, inserido, constituído neste mundo contemporâneo o qual Pankow (1988, pg.163) se refere como sendo antes de tudo um universo de manipulação, onde resulta o "homem-coisa", que não se pertence, verdadeira marionete, a todo momento pronta para ser mantida nas palmas das mãos. Este tema não se encerra, pois transborda em si, fazendo menção a necessidade de estudos mais aprofundados.



Abstract: Corpo, Estética, Significação.


ASSIS, Jean Felipe de. ”Incomparável Comparação”: Análise de alguns aspectos da tragédia Antígona de Sófocles paralelamente aos escritos judaicos e cristãos In: ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDOS SOBRE O MEDITERRÂNEO ANTIGO & JORNADA DE HISTÓRIA ANTIGA, três, Rio de Janeiro: RJ: UERJ, 2009. pg. 9 -11.

BALOGH, Anna Maria. O Obscuro objeto de desejo: o corpo sedutor na arte e na mídia. REVISTA USP, São Paulo, n.69, p. 149-158, março/maio 2006. Disponível em: . Acesso em: 24 abr. 2012.

BANES, Sally. Greenwich Village 1963: avant- garde, performance e o corpo efervescente; trad. Mauro Gama – Rio de Janeiro: Rocco,1999.

GOERGEN, Pedro. Educação e Valores no mundo contemporâneo. Revista Educação & Sociedade, Campinas, vol. 26, n. 92, p. 983-1011, Especial - Out. 2005. Disponível em Acesso em 24 abr. 2012.
MAMMÌ, Lorenzo. O espírito na carne: o cristianismo e o corpo. In: NOVAES, Adauto et al. O homem- máquina: a ciência manipula o corpo. São Paulo: Compainha das Letras, 2003.

PANKOW, Gisela. O homem e seu espaço vivido: Análises literárias. Papirus. Campinas-SP,1988.

TORRANO, Jaa. Teogonia: A origem dos deuses / Hesídio. 7ª Ed. – São Paulo: Iluminuras, 2007.

UGARTE, Maria Cecília Donaldson. O corpo utilitário: Da revolução industrial à revolução da informação. In:IX SIMPÓSIO INTERNACIONAL PROCESSO CIVILIZADOR- TÉCNOLOGIA E CIVILIZAÇÃO. Ponta Grossa –PR; 2004 UTFPR. Disponível em:

Nenhum comentário:

Postar um comentário