sábado, junho 26

ISADORA DUNCAN


Eu devia ter quinze anos quando encontrei este livro ( Minha Vida /5ª ed. de 1945!!!!! ) em um sebo, na  verdade não fazia a menor idéia de quem fora Duncan, o que me chamou a atenção foi a contracapa onde há um pensamento de Nietzsche "Se a minha virtude é uma virtude de bailarino;se muitas vezes saltei de pés juntos em êxtases de ouro e esmeralda;e se o meu Alfa e ômega é que tudo o que é pesado se torne leve, todo corpo vire bailarino,  todo espírito vire pássaro:então, em verdade, é isto o meu Alfa e Ômega."
Iniciei a leitura e fui arrebatada! Díficil acreditar que a vida que eu lia não fora inventada! A expressão maior da liberdade, paixão a vida e compassada pela tragédia!
Desde então, a dança permeia minha vida indo e vindo, sem compromisso, como uma onda..."A onda parava, partia novamente,suspirando como um ser adormecido cuja respiração vai e vem incoscientemente."(As Ondas -Virginia Woolf ).
Um dos trechos mais doloridos do livro, estranhamente não foi pra mim a narrativa da morte das crianças, mas o referido ocorrido no prefácio:"Há doze anos as lágrimas me correm pelo rosto, desde o dia em que, deitada numa outra cama, fui súbitamente despertada por um grito horrível e, voltando-me, vi L. que gritava como um homem ferido: ""As crianças morreram"".
Sua personalidade espirituosa é cheia de graça e encanto e sua dança é exultante (frente toda a dor) e sua vida realmente um livro.
Ela foi um ser humano frente a seu tempo, sua dança, sua força e delicadeza deixaram marcas indeléveis na arte e em minha vida.